sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Tempos verdejantes em que o ardor infernal brilha em céu límpido, azul bebê.
Tempos verdejantes em que tudo parecia lindo, a grama rala, a água clara, o vento, o tempo.
Tempos verdejantes que me assombram o juízo, que me atormentam o caráter, as convicções, que destroem meu orgulho de humanista.
Tempos verdejantes, maldito seja o tropicalismo que até ao mais miserável litorâneo faz esquecer a desgraça que é viver como vive, que é ser como é.
Tempos verdejantes que me consomem pelo caos do qual não é culpado, pelos homens que desgraçam o próprio homem.
Tempos verdejantes que mascaram a América Latina, pelas bênçãos de Deus e que marcam pela insana alta sociedade, bem-dito sejam os Europeus, desprovidos e desiludidos de clima Amazônico, ascos à ignorância seguem suas frias e tristes vidas em busca de refletir um mundo melhor, mais justo, “uma vida melhor”.
Tempos verdejantes, que inveja de suas infelicidades naturais, de seu presente manchado por antepassados, da subconsciente cobrança de redenção, de sua infutilidade em pró da comunhão, da mútua felicidade, ou ao menos, em busca.
Tempos verdejantes, o cansaço que me toma a alma é velho e revoltado, não tem mais calma, tempo, ou paciência. A felicidade individual, privada e inconstante, não me é mais suportável.

Nenhum comentário: