quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

"Universo ao meu redor"


Após acordar – alimentada desse vicio diário de se perder a noite em uma cama macia, num quarto repleto de pouca luminosidade – ainda com o corpo quente de quem expirou e inspirou em um sonho profundo, levantarás e irás dar voltas em torno de si, perambulando por entre os cômodos em busca de algo indescritível, em busca de outrem ali presente embora um tanto ausente, tomarás livros em teu colo, folheando-os, buscando palavras alheias que te aquietem o pensamento, que aquietem essa voz dentro de ti, essa voz circulante, algumas vezes atormentante, e que se força presente de forma incansável. Quando tornares a ver o sorriso que é teu – nem sempre pra ti, mas ainda assim, apenas teu – e sentires os braços que te buscam todas as noites, quando olhares nos olhos que te buscam assim que se abrem, e sentires novamente que vale a pena correr o risco de amar, talvez teus pensamentos se mostrem tão confusos e enlouquecidos, que na desordem e desentendimento deles mesmos, resolvam se calar, possivelmente te deixarão curtir toda essa loucura absurda que é a vida, que é o mundo, que é o amor, por não haver racionalização para se argumentar sobre esses sentimentos inconvenientemente maravilhosos. E quando voltares pra cama, ou estiveres sozinha, voltarão a te atormentar, buscando uma ordem para as coisas, um sentido pra tudo; mas nunca estarás sozinha. Assim como muitos, sofremos de um mesmo mal; EXISTIMOS!

Um comentário:

Maria Eduarda disse...
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